Tu bailavas. Teu corpo de cristal
voejar parecia. Branda e leve
borboleta de um triste festival.
Que poisar numa flor já não se atreve.
Cisne ou mulher, fingiste um ar sisudo
ao me vires. E o lago azul da sala
transbordou nos teus passos de veludo.
Mas, eu notei que tu perdeste a fala.
Podes dançar com quem quiseres, tola.
Às vezes, deixa o ninho a pomba rola,
desprezando o que a sorte lhe estendeu.
Podes fingir sorriso em outros braços,
podes dançar com todos os palhaços.
Quem manda nesse circo inda sou eu.