Nos Anos 60 um grupo de amigos reunia-se costumeiramente na Avenida Sampaio Vidal, num local chamado Brasserie, para papos e a famosa cervejinha. Como expressão de época usava-se o termo “magoado” para exprimir um estado de tristeza após brigas de amor, ou por paixão não correspondida ou frustrada. Assim pouco a pouco o nome “dor de cotovelo” deu lugar à expressão “mágoa” e por derivação “MAGOADO”. Por coincidência, em uma determinada ocasião uma boa parte do grupo estava “magoado”.
Marilia começa então a conhecer o grupo e a turma dos magoados.
Como símbolo, surgiu o coração, com uniforme de jogador de futebol de chapéu e chuteiras e com as letras O dos magoados em forma de coração, portando um copo e uma garrafa de cerveja e derramando suas lágrimas. Obra do Sr. Daércio Galati Vieira.
Sugestivo para alguns, estranho ou irônico para outros, com o passar dos jogos e as vitórias obtidas o grupo foi se firmando, criando adeptos, simpatizantes e situações de curiosidades nos campos da várzea mariliense. Muitos queriam conhecer aquela equipe com um nome tão estranho e que a cada final de jogo reunia-se para comemorar com a tradicional cervejinha.
Novamente o idealista Adhemar Pedroso de Almeida, diante da repercussão favorável e do respeito imposto aos adversários decidiu registrar a equipe na 3ª Divisão da Liga Municipal de Marília e vencendo os obstáculos para o ingresso de nome tão diferente nas hostes esportivas da cidade, consegue após ingentes esforços o registro tão esperado. O integrante indicado para presidente foi Sergio Galati Pedrosa. Nesta época surgiu o uniforme, uma camisa de gola pólo, branca com frisos vermelhos na gola e nas mangas e o símbolo “bordado a mão” por uma costureira contratada pelo Demão. Nas costas o numero da camisa ficava dentro de um enorme garrafão. A Bandeira era branca e vermelha, com a aplicação central do símbolo, idéia do nosso amigo Vicente Gallo.
Nos Jogos Abertos da Alta Paulista em Dracena (SP), na modalidade de futebol de salão, Marília seria representada pelo famoso “Corintinha” do seu Alcides Matteuzzi (o da Predileta). Era um time fabuloso com: Hilário, Jair, Mazzica, Chico Tocha, Chita, Pigmeu, Segundinho, Amadeu, Cid e outros. Na ultima hora um contratempo impediu a participação deles e o MAGOADOS A.C. (futebol de salão) foi chamado para a substituição. Lá fomos nós representar Marília. Demão, Zoro, Oscar, Sérgio, Zezo, Niltinho, Sargento, Garcia, Washington, Mingo, Alemão, Bill Mauro e Ivo Tozoni.
Marília foi pouco a pouco sendo eliminada e a única modalidade sobrevivente foi o futebol de salão. No decorrer da competição a Comissão Técnica retirou-se antecipadamente e lá ficamos nós, completamente sozinhos. Não nos deram crédito, mas fomos até o final e trouxemos o título para Marília.
Entre outras conquistas e contra muitos fatores, entre eles, sair diretamente dos bailes e bares para o jogo, venceram muitas partidas e foram CAMPEÕES DA 3ª DIVISÃO DA LIGA MUNICIPAL DE FUTEBOL em 1962.
Os Heróis das alegres noitadas e consequentes partidas sem dormir eram: Chadi, Renato, Bissoli, Sérgio, Zezo, Demão, Novaes, Stéfano, Bill, Ailton e Perna.
Porem cada um foi obrigado a seguir os rumos da vida na busca de seus ideais de família, trabalho e independência financeira e em 1968 o time se desfez, porem a chama da amizade permaneceu acesa.
Em 1981, novamente Adhemar Pedroso de Almeida resolveu reunir os MAGOADOS para uma partida de Natal e realizando o trabalho de verdadeiro rastreador localizou os antigos integrantes, e mediante um convite anual passou para a Historia de Marília a idéia da GRANDE FESTA DA MAGOA. Companheiros de todo o Brasil, procedentes das mais diversas regiões e quadrantes da nação: (Brasília(DF), Curitiba(PR), São Paulo(SP), Rio de Janeiro(RJ), Cuiabá(MT), Londrina (PR), São José do Rio Preto(SP), São Roque(SP), Canoas(RS), Porto Velho(RO) e até Shimizu no Japão) compareceram munidos de sua saudade, de seu amor, de sua família.
Bastou lançar a chama e mantermos acesa a pira olímpica da paz, da amizade, do amor, do respeito e da consideração para atingir no ano de 2000 a expressiva marca de 19 festas anuais consecutivas e 40 anos de Mágoa. Neste ano, em 06.09.2000 promovemos o GRANDE BAILE DA MAGOA, revivendo os anos românticos vividos e lançando o Slogan: “TROQUE A SAUDADE POR UM NOVO ENCONTRO”.
